Apartamento 28

Ele era um homem perfeito e muito orgulhoso, sabia que a cada toque que eu dava em sua mão, doía, mas ele seria incapaz de mostrar isso, ainda mais para uma mulher. Eu já tinha acostumado com isso, só namorados um ano, mas mesmo assim foi o melhor ano da minha vida, tive outros homens, tentei namorar, mas nenhuma se comparava a ele, de jeito nenhum, Gustavo era melhor em tudo, carinho, simpatia, cama, ele conseguia me conquistar com apenas um sorriso, um olhar, conseguia fazer com que eu esquecesse de mim só de chegar mais perto, e abrir aquele sorriso lindo.

Vejo que Gustavo estava distraído, quando eu falo sobre as gases e que teria que abrir a janela, e assim ele faz, levanta-se do bando, indo abrir com a sua mão boa, e disse – Cuidado com a mão... Mas ele nem sequer movia a mão machucada. Respirei fundo, agora podendo respirar, sentindo o ar entrando pela janela, limpando o ambiente daquela fumaça, que já estava me pertubando um pouco, principalmente a minha respiração, que já estava ofegante só pela presença de Gustavo.

Ele foi buscar o tal kit, olhei para ele, e o segui, e quando ele abre o armário, ouço o que ele diz... que estava morando com outra pessoa, meu coração gelou, e apenas disse, na minha língua mão – What? Tinha certeza que ele tinha percebido como eu havia ficado, e vi o seu sorriso travesso, que logo me deixou melhor e completou a frase. Suspirei e balancei a cabeça negativamente, e disse – seu irmão... é... eu lembro Falei um pouco pertubada ainda pelo o que ele tinha dito, o seu sorriso o entregou, estava querendo me deixar preocupada, queria o matar, mas apenas ri.

Peguei o kit com as mãos e vi o seu sinal com a cabeça me chamando para o acompanhar. O meu corpo todo estremeceu, cada movimento dele era extremamente instigante para mim, enfim o acompanhei e via o seu olhar analisando cada parte do meu corpo. Sentei ao seu lado no sofá, cruzando as pernas, Abri o kit e tirei o que precisava, a gaze e a vaselina, e umideci a gaze, passando pelo ferimento, e depois fiz o mesmo com outra, até que ouvi a sua pergunta. Fechei os olhos e fiquei um pouco em silencio, enquanto continuava fazendo a compressa sobre a queimadura.

Pensei no que eu diria para ele, então levantei o seu olhar do ferimento e suspirei, agora seria tudo que eu tinha ensaiado para falar, mas não sabia como despejar as palavras. Mordi levemente o lábio e comecei a falar – Gustavo, i miei genitori... estava muito nervosa, não conseguiria continuar em italiano, nem lembraria as palavras. – meus pais... eles morreram a alguns meses... eles eram o motivo de eu ter ficado em New York esse tempo todo... eu parei a carreira, parei de viajar a alguns anos, trabalhando apenas nos estados unidos para ficar mais próxima deles... já que eu passei a vida toda, longe deles... eu queria vir ti procurar, mas demorei muito, ou melhor o detetive que eu contratei... demorou a ti achar.

Respirei fundo um pouco, antes de continuar e mordi o lábio – eu consegui o seu endereço, uns dias antes do acidente de carro dos meus pais... e hoje faz 3 meses da morte deles, eu resolvi correr atrás do tempo perdido... precisava de você mais que nunca... e todos esses anos eu sonhava com esse dia... eu cheguei a voltar na sua casa na Italia, mas não havia mais ninguém... Fechei os olhos e levantei do sofá, indo para perto da janela, tentando segurar as lágrimas.

Sentir o braço dele passando em volta da minha cintura, era como um alivio, sentir um peso sair das minhas costas, não por completo, pois nunca poderia superar essa perda por completo, mas em saber que quem eu amava, eu teria aqui perto de mim, novamente me deixava muito feliz. Fechei os olhos ao sentir o seu beijo em minha testa, me reconfortando ainda mais. Ainda de olhos fechados deitei a cabeça sobre o seu peito, sentindo as caricias da sua mão nos meus cabelos, poderia passar o restante do dia assim, apenas perto dele.

Ainda de olhos fechados enquanto eu ouvia os seu sussurro ao meu ouvido, não sabia nem o que falar, o meu corpo estremeceu com o que você falava, e o abracei mais forte, como se não quisesse nunca mais o soltar, queria o ter nos meus braços pra sempre. Enquanto eu estava de olhos fechados, podia ver toda a nossa vida, cada palavra de carinho, e até cada crise de ciúme... não sabia como tinha conseguido viver tanto tempo longe desse homem, que eu tanto amo, e que tanto me ama.

Ao ouvir ele dizer que me amava. Senti o meu coração mais acelerado com aquilo, segurei o rosto dele, e fiquei olhando nos seus olhos, e disse, num tom baixo – Perdonami per averti lasciato? Aproximei o rosto do dele e selei nossos lábios novamente, o segurando pela nuca, com delicadeza, enquanto sentia a sua boca moldando-se a minha, num beijo gostoso, enquanto a minha mão automaticamente deslizava pelo seu peitoral, sentindo o coração dele disparar.

Sentia ele corresponder o meu beijo, agora de uma forma tão carinhosa que me envolvia completamente no momento, até que sinto ele me puxando para o seu colo, e sem rejeitar, continuo o beijando, após sentar sobre as suas pernas, acariciando a sua nuca, num beijo deliciosamente perfeito, como se tudo que eu precisava estaria na boca dele, cada mero segundo que eu não estava o beijando, agora seria uma perda de tempo para mim, queria sentir sempre e pra sempre aquela boca na minha.

O beijo foi longo e ótimo, até que sinto ele parando o beijo, olho nos seus olhos, como sempre, me perdendo profundamente dentro deles, e ouço o que diz. Meu sorriso vai de orelha a orelha e logo sinto o beijo dele novamente, me enlouquecendo agora, sentindo a sua língua envolvendo-se na minha, num ritmo intenso, que fazia com que eu praticamente perdesse a respiração. Estava sentada sobre as suas pernas, enquanto senti o ,meu corpo esfregando-se no dele, enquanto o beijo ia ficando mais voraz.

O meu corpo vai deitando sobre o sofá, quase que naturalmente, estava necessitada dos toques das mãos dele, como se fosse caso de vida ou morte. O seu peso sob o meu corpo, me deixava presa em seus braços, a cada toque das suas mãos pela lateral do meu corpo acendia ainda mais o meu desejo, desejoso de o ter só para mim, novamente, de ter o corpo dele roçando ao meu, a cada movimento do seu corpo sobre mim, sentir os seus carinhos e sussurros ao meu ouvido, enquanto me deixava louca.

As minhas mãos agora deslizavam pelas costas dele, sem puder nenhum, explorando cada parte do seu corpo, arranhando as suas costas com as minhas unhas longas e vermelhas, deixando marcas da mesma cor pelo o seu corpo. Não conseguia mais, resistir, queria ele de qualquer forma, mas minhas pernas iam abrindo-se automaticamente, o deixando entre elas, enquanto as envolvia em volta da sua cintura, e o beijava com voracidade, sugando a sua língua de uma forma sensual, num beijo completamente

Os toques daquelas mãos que procuravam o meu corpo com o mesmo desejo e necessidade que eu tinha por tocá-lo. A respiração ia ficando cada vez mais ofegante, e os meus arranhões iam aumentando junto com o ritmo do beijo, ficando mais intenso. Descia as minhas mãos até a altura do seu Short e apertava, com força, suspirando com a boca na sua, sentindo a adrenalina subindo pelo o meu corpo, de uma forma insana.

Percebia o beijo dele ir parando, respirei fundo, agora podendo tentar pensar um pouco, mas a boca dele continua as caricias, mordendo o meu lábio inchado pelo beijo. Os seus dentes mordem o meu queixo, o meu sorriso abre-se de uma forma maliciosa, fui sentindo a boca dele subindo até o meu pescoço, na hora m nem sequer lembrei de profissão, sabia exatamente o que ele queria fazer, o que eu sempre o neguei, ou o deixei algumas poucas vezes. Os arrepios subiram-me pelo corpo, quando da um longo chupão, forte no meu pescoço, por ser muito branca, deixando sem duvidas uma marca... a marca d desejo a primeira de muitas que ele deixaria no meu corpo nesse dia.

Sentindo ele encaixado entre as minhas pernas ainda vestido, a minha vontade era de arrancar as peças de roupas que ainda nos cobriam, mas eu estava completamente entregue aos carinhos dele... queria sentir novamente as mãos dele arrancando cada peça de roupa do meu corpo, me cobrindo de elogios e carinhos, que somente ele sabia, cada parte do meu corpo ele conhecia com a palma da mão, e sabia exatamente onde tocar para me deixar completamente entregue aos seus carinhos e ao desejo,

Sentia as mãos dele levantando a minha blusa, agora as suas mãos eram diferentes... não eram mais as mãos do adolescente de quinze anos que eu conheci, eram mais fortes e sabiam exatamente o que fazer. A sua mão gélida fazia o meu corpo arrepiar-se conforme ia subindo, até que senti ela de encontro com uma peça, de roupa, que nunca pensei que me incomodaria tanto, o sutiã, mordi o lábio, olhando para o rosto dele, e vi a sua expressão, e fiquei em duvida sobre o que ele faria.

Suspirei quando senti as suas me abraçando pela a cintura, segurando as minhas pernas, em volta da sua. Estava com o corpo firme no dele e sinto ele levantando comigo do sofá, passo os braços em volta do seu pescoço, inclinando a minha cabeça levemente para trás, o deixando morder meu pescoço, o que eu nunca pensei que me daria tanto prazer. A porta do quarto abre-se, assim que adentramos ele fecha a porta, ao ver a porta se fechar, eu sabia que naquele momento ele iria me fazer sentir a mulher mais especial do mundo, e me dar um banho de prazer, com todos os seus carinhos, de uma forma sensual, que me deixaria ainda mais louca por ele. E não sairia de lá tão cedo.

Eu tinha certeza que os vizinhos iriam reclamar, pelo os meus gemidos altos, ao sentir o corpo dele a tarde inteira me levando ao céu várias vezes. Com certeza foi a melhor tarde da minha vida, após um tempo, estava deitada sobre o corpo dele, ainda nua, com a respiração ofegante, quando o ar condicionado começou a finalmente esfriar o local. O meu corpo estremeceu, dessa vez de frio. Levantei ainda nua o deixando a observar o meu corpo, até que peguei uma camisa dele, de mangas compridas e vesti sobre o meu corpo, voltando em passos curtos e lentos até a cama, e deitei novamente com a cabeça sobre o seu peito.

Após alguns minutos, adormeci profundamente, sempre me perdia nos meus sonhos, nos últimos meses, sonhava com os eu pais batendo o carro, quase diariamente, mas nesse dia simplesmente sonhei com Gustavo. Estávamos caminhando de mãos dadas por um lindo campo florido, eu estava com uma menina, um bebê no colo. Não conseguia ouvir o que conversávamos, apenas olhava o brilho nos olhos de Gustavo cada vez que eu aproximava a bebê dele, o sorriso dos dois eram muito parecidos, incrivelmente lindos, por sinal.

Estava perdida nesse sonho, quando um arrepio percorreu o meu corpo, suspirei, ainda de olhos fechados, e mexi o corpo um pouco até sentir os lábios macios tocarem os meus, num beijo calmo e carinhoso, me despertando. Estava com um sorriso bobo no rosto ao ouvir a sua voz no meu ouvido sussurrando em italiano, sim, ele sabia como deixar uma mulher pertubada com os seus encantos, e como sabia. O beijo dele era tão calmo, que me acordava tão lentamente, como se fosse uma continuação do meu sonho, um sonho muito estranho por sinal.

Quando sinto ele parando aquele beijo, sorrio de uma forma boba, abrindo os olhos ao ouvir o que ele diz. Olho para o rosto dele, ainda com aquele sorriso. Levando a mão até o seu rosto. Ser acordada dessa forma, me deixava tão leve... esperei isso por tanto tempo, acordar ao lado dele, era isso que eu queria todos os dias da minha vida, dormir e acordar ao lado dele. Espero um tempo, estava com o corpo cansado, tinha que pensar um pouco, fazia um tempo que não falava Italiano, precisava assimilar as palavras e por fim disse – Cena? Buona idea ... Ho fame...

Sorri levantando o corpo, um pouco da cama, visualizando o corpo de Gustavo, que por sinal encontra-se marcado pelas minhas unhas, e pela minha boca, que tinha passado por cada parte dele. Levantei, ficando em pé a frente dele, ainda sentado na cama, o abracei, ficando entre as suas pernas, acariciando o rosto dele com carinho e sussurrei – Ti amo... Aproximei o meu rosto do dele, e disse – Ti amo, anche.... Depois de trocar outro beijo calmo, lembrei da minha pequena mala, e resolvi tomar um banho. Fui caminhando até a sala, e peguei um roupa. Um conjunto de langerrie preta, e um vestido até a altura dos joelhos também preto, um vestido bem simples, mas elegante.

– Tornerò presto. E fui para o banheiro, onde tomei um banho rápido, porém relaxante ao mesmo tempo, meus cabelos estavam presos, em um coque, para não serem molhado. Deixava a água escorrendo pelo meu corpo, até que terminei o banho, e me enrolei na toalha. Quando no quarto, o vejo, deitado na cama, e passo as mãos pelo rosto enquanto ia me vestindo e dizia – Dove andiamo? Joguei a toalha em cima da cama, enquanto vestia a calcinha, logo após o sutiã. Sorri, sentando na beira da cama, vestindo o tal vestido preto. Estava com o corpo cansado para pensar, ainda mais procurar roupas. Queria ficar eternamente olhando para os olhos de Gustavo, o homem que eu amei todos esses anos.

Após ouvir a sua resposta, coloquei a minha sandália de salto alto, novamente, sentindo-me a modelo, como sempre fui, mas agora era a modelo de um homem, e de mais nada. Cheguei ao banheiro novamente, apoiando as mãos na pia, após passar um gloss saber morango nos lábios, e passo levemente a língua neles, enquanto me olhava no espelho.